Ibiapaba FM 98,1 - Haddad descarta aumento de impostos para implementação da nova regra fiscal

Haddad descarta aumento de impostos para implementação da nova regra fiscal

Haddad descarta aumento de impostos para implementação da nova regra fiscal


01/04/2023 07:34:20

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta da nova regra fiscal — apresentada pelo governo federal nessa quinta-feira (30) — não está ligada ao aumento de impostos. "Reitero, não estamos falando de novos impostos nem aumento de alíquotas dos atuais impostos", disse Haddad nesta sexta-feira (31), durante encontro com representantes das áreas financeira e industrial em São Paulo.

Em referência a isenções fiscais de grupos específicos, Haddad falou em 'reparação". "Não tem a ver com carga tributária, mas, sim, reparação e recomposição da base fiscal, para que possamos enfrentar despesas relativas a financimentos, programas socias, saúde e educação sem o abuso dos juros que se pratica hoje no Brasil", afirmou.

Para o ministro, as práticas de isenção a determinados setores são um tipo de facilitação indevida. "O equilíbrio das contas só vai se dar de forma justa se afastarmos o patrimonialismo da economia brasileira, que é a economia do favor, do 'jeitinho'. E, de 'jeitinho' em 'jeitinho', a economia brasieira vai se deteriorando, como aconteceu nos últimos anos", opinou Haddad.

arcabouço fiscal que deve susbstituir o teto de gastos foi apresentado por Haddad e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Em linhas gerais, a proposta, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso para entrar em vigor, impõe limites para a criação de novas despesas por parte do governo federal e impede que o Executivo gaste mais do que pode.

O projeto determina que a meta de resultado primário, obtido a partir da diferença entre o que foi arrecadado e o que foi gasto pelo governo, passará a ser avaliada de acordo com uma margem de tolerância. "É uma distância razoável entre incremento de despesa e incremento de receita [...]. Se a receita crescer, a despesa pode crescer também. É uma margem de segurança bastante razoável", afirmou Haddad nesta sexta-feira.

De acordo com a nova regra fiscal, o Executivo vai propor que a meta alcance determinado percentual do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Para que o governo cumpra a meta, o resultado pode ser 0,25% inferior ou 0,25% superior ao valor definido inicialmente.

As metas de resultado primário do Executivo para os próximos anos são: 0% do PIB em 2024; superávit de 0,5% do PIB em 2025; e superávit de 1% do PIB em 2026.

Rotativo

Também nesta sexta-feira, Haddad afirmou que a Fazenda estuda a diminuição dos juros cobrados pelos bancos no rotativo do cartão de crédito. A taxa atualmente está em 409,3% ao ano, de acordo com o Banco Central.

"Estamos com um grupo de estudos para [mudar o crédito] rotativo, outro abuso cometido. É ruim para a própria margem dos bancos, não tem explicação. Independentemente de [a taxa] Selic estar alta, o rotativo é estratosférico. Estamos tomando providências para trazer a bom termo. Isso precisa ser corrigido", declarou.

As mudanças nos rotativo podem ocorrer na esteira da diminuição do juro do crédito consignado de aposentados e pensionistas do INSS, que passou de 2,14% para 1,97%.

Crédito

Ainda segundo Haddad, o governo federal lançará em abril uma série de projetos para melhorar o ambiente de crédito no país. "Vão ser 12 medidas, desde aval para PPPs [parcerias público-privadas], passando por debêntures que não pagam imposto de renda e até garantias dadas no sistema de crédito para abaixar o spread."

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