Ibiapaba FM 98,1 - DPU recomenda que Congresso rejeite projeto de lei que dificulta demarcação de terras

DPU recomenda que Congresso rejeite projeto de lei que dificulta demarcação de terras

DPU recomenda que Congresso rejeite projeto de lei que dificulta demarcação de terras indígenas


30/05/2023 08:22:34

A Defensoria Pública da União (DPU) apresentou ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), uma nota técnica em que pede a rejeição integral do projeto de lei (PL) do marco temporal.

 O projeto defende a tese de que os povos indígenas só podem reivindicar as terras que foram ocupadas por eles antes de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

O texto tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados e deve ser votado no plenário nesta terça-feira (30), sob pressão da bancada ruralista e com apoio de Arthur Lira.

A estratégia dos parlamentares ligados ao agronegócio é aprovar o marco temporal antes do julgamento sobre o tema no Supremo Tribunal Federal (STF), em 7 de junho.

Para a DPU, a aprovação do projeto de lei "representaria grave violação de direitos humanos, contrariaria os deveres do Estado brasileiro explícitos na Convenção da ONU sobre a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio e, também, afrontaria precedentes do Sistema Interamericano de Direitos Humanos”.

A nota técnica também afirma que a tese do marco temporal despreza o caráter originário dos direitos territoriais indígenas atualmente reconhecidos pela Constituição.

 “Seria um contrassenso admitir que o mesmo texto constitucional tivesse estabelecido qualquer marco temporal para o reconhecimento das terras indígenas”, destacam os defensores no texto.

É por isso que, segundo os defensores públicos, a atual Constituição não pode ser utilizada como referência para a ocupação indígena, que tem parâmetros diferentes dos requisitos da posse do direito civil.

Ao argumentar contra o PL, a bancada ambientalista ressalta que a história dos povos indígenas é anterior a 1988. Além disso, afirma que a demarcação dos territórios tradicionais garante a preservação das florestas.

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