Denúncias de mulheres levou à prisão ginecologista suspeito de crimes sexuais
Denúncias de mulheres levou à prisão ginecologista suspeito de crimes sexuais
20/06/2023 09:24:31
Um médico ginecologista e obstetra foi preso esta semana, no Paraná, suspeito de abusar sexualmente de pacientes. Segundo as acusações, tudo acontecia dentro do consultório.
Quinze mulheres já procuraram a polícia. Entre os relatos, há denúncias até de hipnose como tática para facilitar o assédio.
Quem é o médico
Felipe Sá tem 40 anos, é médico formado pela Universidade Federal de Goiás, especialista em ginecologia e obstetrícia, mestre em saúde pública pela Universidade de São Paulo (USP).
Tem um consultório num bairro nobre de Maringá e de lá saiu preso temporariamente, na última quinta-feira (15), suspeito de crimes sexuais.
“Felipe foi uma indicação, sempre foi muito conhecido pelo parto humanizado, atendimento humanizado […] É isso que me motivou a fazer a denúncia, né? Porque ele usa um discurso de empoderamento feminino pra atrair mulheres pra poder abusar delas”, conta uma das vítimas.
As três primeiras vítimas que fizeram a denúncia não se conheciam, mas se encontraram depois de um comentário num grupo de conversas de mães, em redes sociais.
“Uma mulher teve a coragem de não recomendá-lo nesse grupo. Ele foi muito bom comigo até o dia em que eu fui sozinha na consulta. Aí outras mulheres começaram a se pronunciar nesse grupo. E aí a gente foi conversar ali individualmente e, enfim, a gente identificou que a linha de atuação dele é a mesma para todas”, diz a vítima.
acompanhar sua gestação. Ela conta que Felipe sugeriu uma hipnose durante a consulta.
“Ele pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estralou os dedos. Mas em nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: ‘não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala.’ Aí ele começou a pegar pesado do tipo, ‘você se tocaria agora?'”, relata a mulher.
A mulher também ressaltou que o médico disse que ela poderia ficar à vontade: “Eu sou profissional o suficiente pra poder separar as coisas, eu não vou ficar excitado”.
“E ele foi insistindo, de eu me tocar, deu tirar minha blusa”, recorda a vítima.
Entre os depoimentos à polícia, uma vítima disse que, durante um exame, o médico introduziu a mão em seu canal vaginal; e que ele mudou a posição da mão e passou a massagear seu clitóris.
Uma outra mulher contou à polícia que durante uma hora de consulta, o médico pediu 12 vezes para que ela levantasse a blusa. Em todas, ela negou. Segundo a polícia, um caso de importunação sexual