Policiais penais do Ceará negam tortura e dizem que detentos foram machucados em rebelião
Policiais penais do Ceará negam tortura e dizem que detentos foram machucados em rebelião
07/07/2023 08:46:40
Policiais penais que atuam em presídios no Ceará negaram, nesta quinta-feira (6), que praticaram tortura contra presos, como denuncia da Defensoria Pública do Ceará, e afirmaram que os detentos foram machucados durante uma rebelião. Nos meses de junho e julho, familiares de detentos denunciaram que presos receberam tortura frequentes.
A rebelião ocorreu em 18 de março, e as imagens foram divulgadas apenas nesta quinta-feira, como parte da defesa dos policiais penais para negar casos de tortura.
As denúncias de torturas foram feitas na Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva (UP Itaitinga IV) e na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (IPPO II), ambas na Região Metropolitana de Fortaleza.
Nas imagens obtidas pelo g1 detentos jogam chinelos contra agentes prisionais, que respondem tiros de bala de borracha. Em um trecho, um detento tenta arrancar a arma do agente, mas tira apenas a bandoleira. Em outro momento, pelo menos cinco presos tentam tirar a arma de um agente.
Conforme a defesa dos agentes denunciados por tortura contra os presos, um detento alega que sofreu ferimentos grave no testículo foi ferido por um projétil de borracha, e não por tortura.Uma nova denúncia feita pelo Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), em uma das situações de violência, mostram os internos sendo obrigados a se equilibrar com a cabeça no chão em sessões de tortura.
Também há relatos de que os presos recebem escoriações nas mãos, pernas, na região da virilha, no abdômen, além de dentes arrancados e golpes nas partes íntimas. Um dos detentos chegou a ser internado no Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, por conta das agressões sofridas na unidade prisional.