Ibiapaba FM 98,1 - Ceará é o estado que mais mata população LGBTQIA+, diz Anuário da Segurança Pública

Ceará é o estado que mais mata população LGBTQIA+, diz Anuário da Segurança Pública

Ceará é o estado que mais mata população LGBTQIA+, diz Anuário da Segurança Pública


21/07/2023 09:13:00

O Ceará é o estado que mais registra homicídios da população LGBTQIA+ no Brasil. Com 32 mortes registradas em 2022, o estado segue como primeiro lugar no levantamento do Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Em 2021, o número foi de 31 homicídios da população LGBTQIA+ no estado.

O levantamento é realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2007, tendo por base dados e indicadores oficiais. Os dados referentes a 2022 foram divulgados nesta quinta-feira (20). Seis estados não têm informações sobre os crimes contra pessoas LGBTQIA+ no documento: Acre, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

No Brasil, os homicídios de pessoas LGBTQIA+ somaram 163 casos em 2022. Outro número trazido no levantamento é o de lesões corporais. Foram 435 registros de agressões físicas a pessoas LGBTQIA+ no Ceará em 2022. O dado representa um aumento de 28% em relação a 2021, quando houve 339 casos de agressões físicas.

Para as lesões corporais, os estados que lideraram os registros foram Pernambuco (540 casos) e Minas Gerais (517).

O Anuário traz, ainda, o número de estupros registrados para esta população: foram 32 registros para este crime no Ceará. A estatística teve uma queda de 27% em relação a 2021, quando houve 44 casos de estupro registrados. Para quem vivencia os desafios no cotidiano, as estatísticas não trazem novidade e contam apenas uma parte da história.

“A gente sempre está na luta cobrando essas políticas públicas, que sejam efetivas e que saiam do papel. E que a justiça seja feita, para que esses agressores não fiquem impunes”, relata Paula Costa, presidente da Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Ceará (Atrac).

Ela recorda que o caso Dandara, travesti que foi apedrejada e morta a tiros no Ceará em 2017, ganhou repercussão nacional. No entanto, avalia que a população LGBTQIA+, principalmente as travestis e as mulheres trans, segue sendo vítima de preconceito, ódio e violência.

 

 

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