Ibiapaba FM 98,1 - STF forma maioria contra limite de pagamento de precatórios; decisão favorece professores do Ceará

STF forma maioria contra limite de pagamento de precatórios; decisão favorece professores do Ceará

O relator, ministro Luiz Fux, considerou que os limites se justificavam em 2021 pela necessidade de ações de combate à pandemia.


28/11/2023 09:36:18

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar inconstitucional o teto com limite ao pagamento de precatórios no orçamento da União entre 2022 e 2026. Oito dos onze ministros votaram pela derrubada da regra. A conclusão do julgamento foi adiada por pedido de vista do ministro André Mendonça, que solicitou nesta segunda, 27, mais tempo para análise. A previsão é de retomada ainda nesta semana. A decisão pode acelerar o pagamento de precatórios a professores do Ceará.

Está em julgamento a constitucionalidade das emendas constitucionais 113 e 114, de 2021. Foram estabelecidos limites ao uso de recursos federais para pagar precatórios no contexto do combate à pandemia de Covid-19. Com esse limite, os precatórios vinham tendo pagamento parcelado. É isso que está em julgamento.

Há duas ações diretas de inconstitucionalidade em julgamento: a 7064, movida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), e a 7047, do PDT. O julgamento ocorre no plenário virtual. Ou seja, os magistrados votam na plataforma online, sem se reunirem presencialmente.

O relator, ministro Luiz Fux, considerou que os limites se justificavam em 2021 pela necessidade de ações de combate à pandemia. Porém, destaca que o cenário mudou. Ele assim votou pelo reconhecimento da legitimidade do limite apenas para o ano de 2022, e a incompatibilidade com a Constituição de agora em diante. Portanto, pelo entendimento dele, o Governo Federal poderia retomar o pagamento dos precatórios sem qualquer limitação orçamentária a partir de 2023. Fux ainda vota para determinar que a União elimine de imediato o passivo de precatórios acumulado de 2022.

Em seu voto, Fux afirmou que "há espaço nas metas orçamentárias de 2023 para o pagamento do passivo gerado nos exercícios 2022 e até abril de 2023, que, segundo estimativas, está em torno dos R$ 95 bilhões, sem que se comprometa a estrutura da administração pública".

Ele também considerou que o adiamento pode gerar "prejuízo aos direitos de diversos administrados que tiveram seus créditos incluídos em uma moratória compulsória".

O voto de Fux foi acompanhado pela ministra Cármen Lúcia e pelos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes.

 

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