Queijos artesanais do Ceará podem atingir grandes mercados do Brasil com certificação
Além disso, o produtor deve elaborar memorial descritivo do processo de fabricação, controle de qualidade, armazenamento e transporte.
19/04/2024 10:07:19
O Mapa concedeu o primeiro Selo Arte, certificação que atesta a fiscalização de produtos de origem animal produzidos artesanalmente e permite a comercialização em todo o País, ao Ceará. A queijaria Dona Vita, de Limoeiro do Norte, agora tem os limites de venda ampliados.
Augusto Júnior afirma que um dos objetivos da superintendência é expandir essa certificação para outros produtores. “A regularização vai abrir um comércio fenomenal. Se a gente visitar os municípios do interior, como Quixadá e Jaguaribe, todos têm queijos com especialidades. O que falta é o produtor ter o conhecimento e ousar acreditar que pode ter esse selo”, afirma.
O superintendente ressalta que os produtos cearenses têm capacidade para assumir destaque nacional, mas que a grande maioria ainda tem autorização limitada para comércio local.
“O Ceará produz 2 milhões de litros de leite por dia, uma parte é captada pela indústria e a outra vai para essas queijeiras informais. O estado tem tudo para assumir o protagonismo, nós temos excelentes queijos, mas não recebem o tratamento adequado”, aponta Augusto Júnior.
Marcelo Guimarães, produtor responsável pela queijaria Dona Vita, espera um aumento de vendas significativo com a certificação do Selo Arte. A produção do queijo artesanal ocorre desde 2019 e envolve seis pessoas.
“Esse selo é de fundamental importância. Como o nome já diz, é uma arte de fazer queijo artesanal maturado. Vamos tentar entrar em mercados a nível nacional, com essa diferenciação do artesanal, que não somos indústria de grande porte”, aponta o produtor.
Para obter o Selo Arte, os produtos artesanais devem ser estar cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro de Serviços de Inspeção, Estabelecimentos e Produtos e comprovar que atendem às boas práticas agropecuárias. Além disso, o produtor deve elaborar memorial descritivo do processo de fabricação, controle de qualidade, armazenamento e transporte.
Antes de se candidatar à certificação nacional, que permite a venda para todo o território, os produtos devem ser certificados pelo município e pelo estado, a partir do Serviço de Inspeção Oficial.
Vitor Hugo Miro, professor do Departamento de Economia Agrícola da UFC, afirma que a certificação permite a fixação de preços mais altos, resultando em maior receita e margem de lucro.
“A certificação representa uma sinalização positiva em relação à qualidade do produto. Certificações são outorgadas quando um determinado produto atende à critérios estabelecidos. Permitem ao produtor diferenciar seu produto no mercado, agregar valor e conquistar novos consumidores que buscam produtos de qualidade e com origem rastreável”, explica o especialista.