Ibiapaba FM 98,1 - Estado desiste de remover mais de 80 casas ao redor do Farol do Mucuripe para reforma da edificação

Estado desiste de remover mais de 80 casas ao redor do Farol do Mucuripe para reforma da edificação

No dia 23 de abril, as entendidades populares encaminharam uma lista com 5 exigências para a reforma


03/05/2024 09:28:40

O Governo do Estado voltou atrás da decisão de desapropriar mais de 80 imóveis em torno do Farol do Mucuripe, no Cais do Porto, com a publicação do decreto Nº 35.971 no Diário Oficial do Estado (DOE), na última quinta-feira (25). A medida é uma demanda popular para a reforma da edificação histórica.

O documento anula a determinação publicada pelo decreto Nº 34.451, de 9 de dezembro de 2021, que previa a demolição das casas para permitir “maior visibilidade e acesso à faixa litorânea”, considerando o fator turístico. Contudo, os moradores foram contrários à proposta e pediram a revogação do documento.

O novo decreto publicado aponta a necessidade de reformulação do projeto relativo à reforma do Farol do Mucuripe. No momento, a Secretaria de Turismo do Estado (Setur) está em diálogo com a população sobre as demandas de intervenção pública para o início da obra de reforma do Farol do Mucuripe. 

Não há uma data divulgada para o início das obras, mas o Diário do Nordeste adiantou a informação sobre a reforma do Farol do Mucuripe, em março deste ano. Conforme a Secult/CE, o recurso será de R$ 2,6 milhões e o início acontece no primeiro semestre deste ano.

Um estudo arqueológico já foi realizado e o escoramento da edificação começou na última semana. Os moradores acompanham de perto e registram todo o processo. No dia 23 de abril, as entendidades populares encaminharam uma lista com 5 exigências para a reforma

A Secretaria do Turismo respondeu às demandas dos moradores confirmando que deve debater as mudanças na área com a população e a revogação do decreto, num documento ao qual a reportagem teve acesso.

Ainda há uma negociação sobre o percentual de trabalhadores da obra, já que a licitação foi feita sem considerar esse pedido. A Setur também se comprometeu a envolver a comunidade para fortalecer o sentimento de pertencimento nas políticas públicas e a seguir, sempre que possível, os ODS (que trata da sustentabilidade e impacto social).

“Foi uma vitória muito grande pra gente. Na época, fizemos um questionário em cada uma das casas e os moradores falaram que não queriam sair porque nasceram aqui e tem uma questão da história”, comemora Antônio José, conhecido como Dudé, presidente da Comissão Titan e parte da Associação dos Moradores.

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