Mais de 400 pessoas aguardam por um transplante de coração no Brasil
Sem cansaço, parecia aquele carneirinho novo quando nasce e quer correr sem parar. Era assim que eu me sentia.
29/08/2024 10:35:30
Atualmente, cerca de 404 pessoas aguardam na fila para um transplante de coração no Brasil. A doação de órgãos pode ser crucial para diminuir esse número e salvar vidas. No Ceará, o Hospital de Messejana se destaca como um dos maiores centros de transplante do país, tendo realizado 19 transplantes de coração de janeiro a agosto deste ano.
Marilac Batista, que há 22 anos recebeu um transplante de coração, recorda a longa espera, compartilha a experiência. “Fiquei um ano e três meses na fila esperando o transplante. Fui preparada uma vez, duas, três e não deu certo. Mas na outra vez deu certo. Fiquei radiante quando recebi a notícia”, relembra. Hoje, mãe de quatro filhos e avó de sete netos, Marilac considera o transplante uma nova chance de viver. “De lá pra cá foi só alegria. Sem cansaço, parecia aquele carneirinho novo quando nasce e quer correr sem parar. Era assim que eu me sentia.”
A decisão de realizar um transplante envolve a avaliação clínica detalhada do paciente, além de fatores externos que podem influenciar o sucesso do procedimento. “Falharam com o tratamento medicamentoso, a gente já deu todos os remédios na dose máxima possível, eles continuam com sintomas, continuam reinternando, continuam piorando,” explica Jefferson Vieira, cardiologista.
A lista de espera para um transplante funciona com base em prioridades e depende da avaliação clínica de cada paciente. O cuidado pós-transplante é crucial, pois os pacientes recebem terapia imunossupressora para evitar a rejeição do órgão. “Se esse indivíduo mora na casa, tem esgoto a céu aberto, ou ele mora com muito bicho dentro de casa, gato, cachorro, ou é uma região que tem muito pombo, então a gente sabe que esse paciente está exposto ao risco de adquirir alguma infecção potencialmente grave no pós-transplante,” alerta o médico.