Acusado de ameaçar Izolda na eleição de Sobral é condenado a mais de oito anos de prisão
Identificado como Kevin Henrique Lopes Cavalcante, ele foi condenado pelos crimes de organização criminosa e coação eleitoral.
27/05/2025 09:15:58
A Justiça Eleitoral condenou a mais de oito anos, em regime fechado, o homem acusado de ameaçar a ex-governadora Izolda Cela (PSB) durante a eleição municipal em Sobral, no ano passado. Identificado como Kevin Henrique Lopes Cavalcante, ele foi condenado pelos crimes de organização criminosa e coação eleitoral.
A sentença foi proferida pelo juiz André Teixeira Gurgel, da 93ª Zona Eleitoral de Fortaleza, no último dia 16 de maio. Os delitos pelos quais Kevin Henrique foi condenado ocorreram em setembro de 2024, quando a política disputava o cargo de prefeita do município da região Norte do Ceará.
Segundo alegou o Ministério Público Eleitoral (MPE), ele, enquanto membro do Comando Vermelho (CV), ameaçou a candidata de morte, por meio de uma postagem no Instagram.
A publicação, a foto de uma arma de fogo, dizia: “bala na Isolda [sic] na próxima”. Ela foi postada após um episódio envolvendo o disparo de rojões contra apoiadores da ex-governadora durante um evento de campanha.
A intimidação a Izolda Cela seria um desdobramento de outras situações parecidas, em que candidatos a vereador, cabos eleitorais, apoiadores e eleitores foram extorquidos e também ameaçados.
As práticas, de acordo com a acusação do MPE, seriam para que as campanhas não fossem realizadas em localidades de Sobral ou os eleitores não pudessem votar em determinados candidatos, a menos que pagassem taxas para líderes do Comando Vermelho.
Kevin Henrique já era investigado desde agosto, pelo que disse o órgão, com informações da inteligência da Polícia. Ele foi detido em 2 de setembro de 2024, no Centro de Sobral, e teve a prisão convertida em preventiva em seguida.
Informações obtidas em materiais retirados do celular dele indicaram a intenção de intervir na campanha do Partido Socialista Brasileiro (PSB) ao Executivo municipal por meio de ataques.
Em 4 de abril, o então acusado foi submetido a uma audiência de instrução. Na ocasião, ele depôs e testemunhas que acompanharam o caso foram ouvidas — incluindo a própria Izolda, já que foi solicitado por ela sua retirada da condição de vítima no processo.
Após a audiência, nas alegações finais, o MPE opinou pela condenação de Kevin Henrique, pois, haveria prova suficiente da materialidade e autoria dos crimes, assim como responsabilidade criminal dele.
A defesa, por sua vez, representada pela Defensoria Pública da União (DPU), solicitou a absolvição do homem, por ausência de prova da sua participação no Comando Vermelho e por atipicidade da conduta pela acusação de ameaça, já que a ameaça seria “desprovida de seriedade”.