Empresa é interditada em Fortaleza por suspeita de falsificar medicamento
A distribuidora responsável não respondeu aos pedidos de esclarecimento e teve a comercialização suspensa.
19/08/2025 08:22:30
A Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) interditou, na manhã desta sexta-feira (15), uma distribuidora de medicamentos localizada no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza, suspeita de comercializar versões falsificadas e sem registro no Brasil do imunoterápico Keytruda (pembrolizumabe), usado no tratamento de diversos tipos de câncer.
A ação fez parte de uma operação conjunta com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) e a Polícia Civil.
O alvo é uma rede que, segundo as investigações, distribuía e vendia medicamentos falsificados para hospitais e clínicas. O Keytruda original é um fármaco de alto custo indicado para o tratamento de cânceres como melanoma, pulmão, cabeça e pescoço, esôfago e linfoma de Hodgkin clássico. A circulação de versões adulteradas pode comprometer a eficácia dos tratamentos e provocar eventos adversos graves.
A operação teve início após a Anvisa receber, em junho deste ano, uma denúncia de um hospital em Palmas (TO) sobre irregularidades no lote SO48607 do medicamento. O hospital relatou ausência de informações sobre lote e validade na nota fiscal, falhas no transporte, como ausência de controle de temperatura, e embalagens divergentes das originais.
A distribuidora responsável não respondeu aos pedidos de esclarecimento e teve a comercialização suspensa. A detentora do registro no Brasil, a Merck Sharp & Dohme, informou que não reconhecia o lote, que tinha rótulo em inglês e selo de segurança falsificado, com efeito holográfico e inscrições em árabe.